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CARMEN VÁSCONES
Nasceu em Guayaquil, Equador, em 1958.
Poeta e psicóloga. Publicou La muerte de un ensayo de amores (1991). Con/fabulaciones l(1992), e Memorial aun acantilado (1994).
De Aguaje (1996) são os poemas aqui reunidos . Também tem poemas para crianças.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
MELLO, Thiago de. Poetas da América de canto castellano. Seleção, tradução e notas de Thiago de Mallo. São Paulo: Global, 2011. 495 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
Tradução de THIAGO DE MELLO:
A FELICIDADE NÃO TEM FORMA
A felicidade não tem forma no meu corpo
levo os limites do crime no meu sangue
a tristeza do meu engenho se parece
a um brinquedo de pura brincadeira.
Reparo na minha fantasia a carência
anunciadora do gozo.
Luxúria divina aniquila a minha ficção.
Divago meu porvir
nos talos da escultura
Celebro meu inferno errante
nas rochas de uma realidade
Tirei da dor sua fissura remordida
em rompentes da infância.
(De Aguaje, 1996)
A FRUSTRAÇÃO ME TURVA
A frustração me turva
como um menino com fome
em qualquer espaço
da terra
De que cor será a esperança
nas regiões onde sempre
goteja a guerra?
A que sabe a alegria
de uma criança mutilada?
Liberdade és homem ou mulher
saindo de uma vez por todas
da emboscada do corpo?
Sinto uma tristeza filial
desarmada num parque sem brinquedos.
Deus que forma tens do humano
se isto já nem sequer parece
um animal racional?
SIGO ESCULPIDA
Sigo esculpida de humano
até nos meus sonhos
que não chegam.
Sou manda desnuda
despojando o amor
na glória do corpo.
Toco ardente ressurreição
do criador
assalto gozos unigénitos
me abandono à sua hombridade
como na última ceia
rompo as moedas da morte
e beijo a cabeça do batista
choramos
calo a harpa.
Desfaço a dança de Salomé
que corre para brincar no jardim
com ela mesma
entro na cabeça do rei
e a deixo sem ele.
Vou ao sepulcro
te unjo de amor e fé
acalmo tua dor com histórias de princesas
cubro teus medos com gestos de minhas gemas
encho teu abandono com lances de ronda
acabo tua solidão comigo
abraço tua angústia até não poder mais
faço da escuridão
um poço da aurora.
À sua túnica incrustei escamas
plâncton e restos de estrelas
suas feridas cobri com minhas salivas
acalmei sua sede com meu colostro
minha língua lambeu sua agonia
minha mão junto da dela
venceu o incrédulo
que levamos dentro
nossas palavras derrubaram
sua única pedra.
Retomas a parábola
eu o verso
mistério de teu ser
e o meu
prometidos estamos.
Tateamos pisadas
saímos em correrias
Parecíamos bandidos
roubando a todo pulmão
o vento
que nos transportava
outra vez
a passo lento
à única terra
que foi testemunha
que estivemos.
É possível?
Ele teve inocência.
Em comparação, eu
careço dela.
PAIXÃO SE DISSIPA
A paixão se dissipa
no pólen febril
de teus lábios
depois de haver sido
tocados pela dança
do colibri.
Evidencia a desnudez da flor
aprisionando em seu cálice
a conspiração do canto.
Na frescura da altura
a cumplicidade eterna do pistilo.
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
BENDITO SEA TU CUERPO. Resumen del 1er Concurso Mundial de Poesía Erótica – Perú, 2007. Compilador: José Guillermo Vargas. Lima, Peru: Ediciones Ventana Andina, 2008. 358 p. 15 x 21 cm. No. 10 735 Ex. biblioteca de Antonio Miranda
TRIBULACIÓN DE UNA EGIPCIA
Rostro perfil moneda oro
¿envés de qué lugar?
lirio errante del sagrario acogiste enigma
averigua río desbordado mandar de Corinto
mujer del desierto ven ¡ah! torméntame
matriz piedra negra me entrego a ti
soy tu cetro de esfinges alíferas
entereza flaquea da calor al ungido
postrado a ti mandato de mis ahíncos
entra a mis entrañas santuario aliado
provoca celos de vírgenes sorprendidas
desentraña mito data fulgor dominante
tu y yo dos súbditos acogidos al ceremonial
libando imperios soberbia de una alianza copular
mi placer bendice señal impía
dinastía del reptil huesos inconformes
carnal sudoroso proclamo éxtasis plebeyo
*
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Página publicada em maio de 2021
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